Ouço ao longe,
das brumas do passado,
leves sons que ecoam
e vibram
e soam...
e vão, suavemente,
enchendo a solidão...
é o toque de um sino,
brônzeo e forte,
belo e nostálgico,
que vai de sul a norte,
em toda a imensidão.
Seis horas.
Toca o sino
e ecoa na montanha
o som vibrante...
É o sino da Igrejinha,
lá da minha terra,
ao pé da serra!...
Pássaros voam,
de volta aos ninhos,
e lentos flocos brancos
de nuvens que se espargem,
e se esgarçam,
e se desfazem
vão passeando
pelo azul infinito...
e a natureza inteira,
envolta em doce prece,
suavemente embala a noite.
As criaturas
emocionadas,
fazem o sinal da cruz,
um rogo,
um lamento,
uma prece.
Seis horas!
Paz bendita!
A noite chega.
é o dia que fenece.
Fortaleza, 22/09/1985
Natália Maria Viana Soares Lopes - Titular da Cadeira Nº 14 - Academia Ipuense de Letras, Ciência e Artes
Fonte: Academia Ipuense de Letras, Ciência e Artes